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Ep. 100 Isabel Marrucho – Líquidos Iónicos como solução para a captura de dióxido de carbono

April 10, 2017

ep100_interiorSais orgânicos em tudo semelhantes ao comum sal de cozinha, os líquidos iónicos apresentam-se como uma possível solução para a captura de dióxido de carbono em centrais termoelétricas.


Isabel Marrucho, investigadora no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA) e professora no Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa, está a estudar possíveis aplicações de líquidos iónicos, com foco no desenvolvimento de filtros capazes de prevenir a libertação de dióxido de carbono para a atmosfera.

“Nos últimos anos a minha investigação tem-se centrado na utilização daquilo que eu chamo de materiais baseados em líquidos iónicos. Temos-nos dedicado essencialmente à separação de gases mas também temos feito algum trabalho em extração de compostos de valor acrescentado de ambientes aquosos, e em descontaminação de águas residuais”, conta.

Segundo a investigadora, os líquidos iónicos são definidos como sendo sais orgânicos que têm um ponto de fusão baixo. “São sais, primos do cloreto de sódio, o nosso sal da cozinha, só que em vez de se apresentarem no estado sólido, apresentam-se no estado líquido o que nos permite utilizá-los, por exemplo, como solventes”, explica.

O grupo de investigação de Isabel Marrucho encontra-se atualmente focado no estudo da separação do dióxido de carbono. “Não capturamos o dióxido de carbono diretamente da atmosfera. O nosso estudo de dióxido de carbono é para a separação, por exemplo de gases de exaustão, e temos utilizado os líquidos iónicos sob a forma de membranas.”

“As membranas que temos vindo a desenvolver para separação do dióxido de carbono funcionam como filtros que podem ser aplicados na chaminé de uma central termoeléctrica onde pretendemos separar o dióxido de carbono do azoto”, acrescenta.

Isabel Marrucho afirma que esta é a aplicação em que os líquidos iónicos têm tido maior sucesso. “Os líquidos iónicos revelaram serem bastante superiores aos materiais que são comercializados hoje em dia”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | ITQB | IST

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