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Ep. 102 Ana Bastos – Microsimulação como ferramenta para soluções de planeamento e redução de tráfego rodoviário

April 12, 2017

ep102_interiorA microsimulação permite desenvolver modelos capazes de representar o comportamento dos condutores portugueses em situações que vão desde o tempo de reacção a um semáforo, até ao congestionamento de uma via.​


Ana Bastos, professora no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra (UC) e investigadora do Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente (CITTA), incide o seu trabalho de investigação sobre a análise comportamental de condutores através de modelos de microsimulação.

“O trabalho de investigação da equipa aqui em Coimbra tem sido procurar calibrar os modelos comportamentais que estão embebidos nos modelos de microsimulação para as condições nacionais. Tentando assim integrar as especificidades dos condutores portugueses mas também da nossa rede rodoviária nesses modelos”, explica.

Segundo Ana Bastos, os modelos de microsimulação não são mais do que a representação em ambiente virtual de uma determinada realidade. A microsimulação permite avaliar o impacto do funcionamento de uma determinada solução rodoviária a vários níveis, designadamente em termos da capacidade e da segurança de uma determinada via, mas também em termos de emissões poluentes.

“É uma variabilidade brutal de parâmetros que estão integrados nestes modelos de simulação. São modelos comportamentais que procuram representar o comportamento do condutor face a diferentes estímulos, face a diferentes condições, sejam estas condições de circulação ou condições de tráfego”, reforça.

A investigadora dá como exemplo a rapidez no arranque num semáforo: “Variáveis como o tempo de reacção, a taxa de aceleração, a taxa de desaceleração podem ser inseridas nestes modelos. Estes permitem integrar não só valores médios mas também a variabilidade comportamental de toda a população portuguesa. É essa a sua grande vantagem, integrar a variabilidade. Podemos ter condutores lentos inseridos num ambiente de condutores mais rápidos e isso depois tem impacto, não só do ponto de vista de capacidade mas, particularmente também do ponto de vista da ocorrência de eventuais acidentes”.

Os modelos de microsimulação permitem prever como estas alterações comportamentais podem influenciar o congestionamento do trânsito numa determinada via, ajudando assim a encontrar soluções que se adeqúem às características do local, do trânsito e dos próprios condutores que por ali se deslocam diariamente.

Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedIn | Researchgate | FCTUC

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