No projeto europeu CAREMI estuda-se a aplicação de células estaminais na regeneração de tecidos mortos derivados de ataques cardíacos.
Patrícia Gomes-Alves, investigadora no Laboratório de Tecnologias de Células Animais do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET), trabalha atualmente no projeto europeu CAREMI onde estuda a aplicação de células estaminais de pacientes saudáveis na regeneração de tecidos mortos na sequência de enfartes do miocárdio, também conhecidos como ataques cardíacos.
A ideia, de acordo com a investigadora, é que uma pessoa que tenha tido um enfarte do miocárdio se dirija ao hospital e que o médico tenha já na sua posse células de pessoas saudáveis que possa injetar diretamente no paciente. “O que é que estas células vão fazer? Estas células estaminais vão regenerar a parte do músculo cardíaco que morreu durante o ataque cardíaco”.
Com a privação de oxigénio e nutrientes, parte dos músculos do coração, cuja função é bombear sangue para todo o organismo, morreu. Essa parte precisa então de ser regenerada, e é aí que as células estaminais cardíacas vão atuar, ao ativarem populações no coração e ao se diferenciarem: “isto é uma das capacidades das células estaminais, diferenciarem-se em vários tipos de células e tecidos do nosso organismo”.
De acordo com a investigadora, nesta situação as células estaminais cardíacas vão-se diferenciar em tecido cardíaco para repopularem a parte do músculo que morreu, “o coração vai retomar a sua função em pleno e as pessoas recuperam então da morte de tecido que aconteceu durante o ataque cardíaco”. Atualmente foram já injetados com estas células 55 pacientes e o projeto encontra-se na “fase de seguimento dos doentes para perceber a eficácia e a segurança desta nova terapia”.
Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedIn | Researchgate | IBET | ITQB NOVA
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