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Ep. 118 Adelino Canário – Os sistema reprodutores dos peixes podem ajudar a encontrar soluções na piscicultura.

May 04, 2017

ep118_interiorA forma como os peixes se reproduzem pode ajudar a um maior rendimento no mercado piscícola. Num projeto que tem tanto de fundamental como de aplicado, tenta-se perceber como é que os sistemas reprodutores dos peixes conseguem solucionar problemas nas aquaculturas.


Adelino Canário é investigador no Centro de Ciências do Mar (CCMAR), da Universidade do Algarve (UAlg) e estuda os mecanismos de reprodução dos peixes e a sua aplicação à piscicultura.

“Os peixes são um grupo muito interessante porque praticamente todas as formas de reprodução que são conhecidas, eles têm-na”, conta o cientista. Neste grupo de animais verificam-se casos de reprodução assexuada – fêmeas dão origem a fêmeas sem a intervenção de um macho – e reprodução sexuada, durante a qual podem “ocorrer casos normais como conhecemos entre humanos (com cromossoma X e Y), casos parecidos aos das aves (com cromossomas W e Z), casos intermédios e também casos em que o próprio ambiente pode provocar a alteração dos sexos”, explica.

A investigação que Adelino Canário faz é tanto fundamental quanto aplicada. Enquanto tenta perceber como funcionam os sistemas reprodutores dos peixes, tem ao mesmo tempo uma preocupação de aplicação junto de empresas de aquacultura no sentido de tentar resolver problemas relacionados com a reprodução prematura e o crescimento lento destes animais, e as consequências que tal pode trazer para o negócio. Se “eles crescem mais lentamente, isso traz prejuízos para as pisciculturas”, sublinha o investigador.

Desta forma, o objetivo do trabalho é tentar perceber quais são os mecanismos por trás de os ovos e as larvas de uma dada espécie, por exemplo o robalo, ao crescerem em ambientes com temperaturas diferentes das registadas no seu habitat natural, de darem origem a um excesso de machos: “o facto dos ovos e larvas serem cultivados a temperaturas de 20 ºC quando na natureza eles estão a 13 ºC, 14 ºC, resulta num excesso de machos”, explica o cientista. Além de crescerem mais lentamente, “estes machos também se começam a reproduzir mais rapidamente”, acrescenta. Por esta razão, o investigador está interessado também em “saber porque é que eles se começam a reproduzir prematuramente e portanto logo ao fim de um ano de existência eles já se estão a reproduzir para depois crescerem mais lentamente”.

Saiba mais sobre o investigador em: LinkedIn | UAlg | ResearchGate

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