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Ep. 127 João Fontiela – Atualizar a informação sobre a capacidade sísmica dos Açores para ajudar a prevenir futuras perdas

May 17, 2017

ep127_interiorAs características geológicas dos Açores fazem do arquipélago um local propício a uma atividade sísmica relativamente intensa. Localizados na zona de contacto entre as placas tectónicas euroasiática, africana e norte-americana, os Açores sofreram ao longo dos últimos séculos diversos tremores de terra que resultaram na perda de vidas humanas e na destruição do seu património.​


Com o objetivo de consciencializar e de preparar a população e as autoridades locais para a eventual ocorrência de um sismo, João Fontiela, investigador no Instituto de Ciências da Terra (ICT) da Universidade de Évora, está a desenvolver um estudo focado em atualizar o conhecimento sobre a atividade sísmica dos Açores.

“Os Açores têm a característica de ter sismos de baixa magnitude, mas também têm sismos de elevada magnitude. Muitos deles causaram um elevado número de perdas económicas e de vidas humanas. Foi o caso do sismo de 1522 na ilha de S. Miguel, em que morreram cerca de 5 mil pessoas; em 1614 na ilha Terceira morreram cerca de duzentas pessoas, e em 1757, dois anos após o grande sismo de Lisboa, houve um grande sismo em S. Jorge com uma magnitude estimada de 7 na escala de Richter, onde morreram cerca de 1045 pessoas”, conta.

Contudo estes sismos de elevada magnitude não fazem apenas parte do passado. Segundo o investigador, se olharmos para os últimos 30 anos, podemos recordar alguns sismos como o de 1980 na ilha Terceira, onde morreram 61 pessoas, e mais recentemente em 1998 na ilha de S. Jorge, em que morreram oito pessoas.

“O que quer dizer que por um lado é estranho termos uma baixa sismicidade com um elevado número de eventos, mas por outro lado também temos grandes sismos. Esta necessidade exige, por um lado, a atualização de alguns trabalhos que já foram feitos, incorporando novos métodos de análise, mas também exige a necessidade de dar uma resposta, de perceber o porquê do aumento desta sismicidade”, completa.

Para João Fontiela, um dos principais resultados deste estudo é a capacidade de desenvolver mapas de intensidade sísmica para o arquipélago dos Açores, para que as autoridades responsáveis, assim como a população, possam agir preventivamente, reforçando as construções já existentes em locais susceptíveis a sismos de intensidade elevada, e evitando que futuras obras sejam feitas nesses mesmo locais.

Saiba mais sobre o investigador em: LinkedIn | Researchgate | U. Évora

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