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Ep. 128 João Ramalho Santos – Criopreservação de células reprodutoras humanas ajuda a devolver a fertilidade a doentes oncológicos

May 18, 2017

ep128_interiorO objetivo deste projeto é estudar as proteínas e as vias metabólicas dos gâmetas humanos e aplicar os conhecimentos à criopreservação em doentes que se submeteram a tratamentos oncológicos e que lhes tiraram a fertilidade.


João Ramalho Santos é professor no Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra (UC) e investigador no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) dessa mesma universidade. A investigação que faz juntamente com o seu grupo é em biologia da reprodução com aplicação à criopreservação de gâmetas.

“A longo prazo tentamos perceber como é que espermatozoides, oócitos e embriões funcionam e quais os mecanismos envolvidos no bom sucesso da fertilização e do desenvolvimento embrionário inicial. No curto prazo trabalhamos em estreita ligação com os hospitais da Universidade de Coimbra no sentido de ajudar os clínicos a implementar novas metodologias que sejam simples, rápidas e que permitam aumentar a taxa de sucesso da procriação medicamente assistida em Portugal”, explica o investigador.

O grupo de investigação estuda as proteínas e as vias metabólicas que fazem as células reprodutoras funcionarem, mas a aplicação direta que fazem dessa investigação tem a ver com a criopreservação de gâmetas e de tecido ovárico (no caso das mulheres) em pacientes que se submetem a tratamentos de quimio e radioterapia. Através destes tratamentos de base oncológica, “os pacientes tendem a ficar inférteis e caso tal se verifique, criopreservámos antes um bocadinho de tecido ovárico ou de espermatozoides, no caso de pacientes do sexo masculino, ou tecido testicular, no caso de jovens e crianças do sexo masculino, de modo a que depois do tratamento e em caso de infertilidade possamos voltar a implantar essas células e voltar a restaurar a fertilidade dos pacientes”, explica João Ramalho Santos.

Em Portugal, o primeiro implante de tecido ovárico foi feito em Coimbra no ano de 2015. Atualmente, parte da investigação deste cientista é perceber como se pode criopreservar o tecido de forma mais eficaz e que estratégia pode ser implementada para quando o tecido for transplantado poder funcionar melhor.

Saiba mais sobre o investigador em: UC | CNC | ResearchGate

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