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Ep. 132 Jorge Palmeirim – Caça de pombos em S. Tomé e Príncipe está a prejudicar as florestas naturais deste arquipélago

May 24, 2017

ep132_interiorEste projeto utiliza modelos de sustentabilidade para ajudar a uma boa gestão de caça de pombos florestais em S. Tomé e Príncipe e impedir a perda de florestas naturais das ilhas.


Jorge Palmeirim é investigador na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), membro do Centro de Estudos de Ecologia e Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) e estuda a importância do pombo florestal para a regeneração das florestas naturais de S. Tomé e Príncipe.

“S. Tomé e Príncipe é um país fantástico e fascinante, tanto do ponto de vista de beleza natural como da tremenda diversidade que tem, incluindo muitas espécies endémicas, isto é, muitas espécies que só existem nesse local”, começa por contar o investigador. Os pombos florestais de S. Tomé e Príncipe “são muito importantes não só pelo facto de serem parte importante do património do país, mas também por serem importantes agentes na dispersão de sementes das florestas de S. Tomé”, explica.

Desta forma, se a população de pombos e outras espécies que façam a dispersão das sementes diminuir ou deixar de existir, as florestas naturais não têm a possibilidade de regenerar. “Acontece que em S. Tomé há uma caça relativamente intensiva a estes pombos florestais, portanto o nosso objetivo foi procurar contribuir para uma boa gestão desta caça, para garantir a sobrevivência dos pombos e dos serviços que prestam sem prejudicar de forma significativa a qualidade de vida das populações rurais, que são bastante pobres”, justifica Jorge Palmeirim.

De acordo com o investigador, para atingir estes objetivos foi necessário fazer contagens de pombos em diferentes habitats, fazer uma estimativa do total da população de pombos de cada espécie, fazer uma avaliação do número de pombos que são extraídos pelos caçadores e pelas próprias comunidades e, por fim, aplicarem modelos de sustentabilidade baseados em todos os dados recolhidos. “Estes modelos permitem-nos ver se os níveis de extração que estão neste momento a ser utilizados são compatíveis com a manutenção de pombos a longo prazo”, conclui o cientista.

Saiba mais sobre o investigador em: FCUL | CE3C

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