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Ep. 136 Carlos Fonseca – Análise de ADN usada para classificar troféus de caça de veados e ungulados

May 30, 2017

ep136_interiorCom o objetivo de criar animais com hastes maiores, ao longo dos séculos ocorreram cruzamentos das nossas espécies autóctones de ungulados, entre animais da Escócia e da Europa Central. A Comissão Nacional de Homologação de Troféus (CNHT) recorre hoje a biólogos de caça e à análise de ADN nuclear e mitocondrial para identificar a origem dos animais caçados.​


Carlos Fonseca, docente no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA) e investigador no Centro de Estudos de Ambiente e do Mar (CESAM) da mesma universidade, é um biólogo de caça que dedica a sua investigação à sustentabilidade das espécies cinegéticas em Portugal, auxiliando também a CNHT na avaliação dos seus troféus.

A Comissão Nacional de Homologação de Troféus (CNHT) tem como função medir e homologar os troféus de caça que são caçados em Portugal, mais concretamente troféus de javali, de veado, de corso, de gamo e de muflão, as cinco espécies cinegéticas de ungulados que são caçados em Portugal.

“Desde que faço parte desta comissão, há cerca de 7 anos, dediquei-me principalmente à análise genética dos veados que chegam à comissão no sentido de aferir que aquilo que estamos a avaliar, que estamos a medir e a homologar são de facto troféus ibéricos, portanto, se são troféus de animais autóctones”, conta Carlos Fonseca.

A relevância da análise genética destes troféus prende-se no facto de no passado recente ter havido uma série de cruzamentos com animais oriundos da Escócia e da Europa Central que por possuírem hastes maiores, podem assim resultar em troféus mais bem pontuados.

“Sempre que aparece um animal que pode vir a ser por exemplo uma medalha de ouro esta análise é feita. É extraído um pouco de material da haste, material esse que depois é sujeito a análise de ADN nuclear e mitocondrial e através dessa análise conseguimos perceber se se trata de um animal que tem mais probabilidade de ser um animal ibérico ou não”, explica.

Além da análise de troféus de caça, Carlos Fonseca dedica grande parte da sua investigação à avaliação e desenvolvimento de estratégias para a avaliação das populações de espécies cinegéticas como o saca-rabos, e para a proteção de espécies autóctones em risco de extinção como o lobo ibérico.

Saiba mais sobre o investigador em: LinkedIn | Researchgate | CESAM

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