O objetivo desta investigação é perceber qual o efeito da reprovação escolar no percurso académico de um aluno.
Luís Catela Nunes é professor na Nova School of Business and Economics da Universidade Nova de Lisboa (NOVA SBE) e investiga o impacto das retenções escolares na vida académica de um aluno.
“Se um aluno não tivesse sido retido, o que é que teria acontecido? Será que ele estaria melhor ou pior?”. Estas são as questões fundamentais da investigação, que tem como objeto de estudo alunos que frequentam o quarto ano. A estratégia “consiste em pegar num aluno que não chumbou e tentar encontrar os alunos mais parecidos a nível de desempenho escolar, a nível socioeconómico, a nível de educação dos pais que fosse parecido com ele mas que tivesse chumbado”, explica Luís Catela Nunes.
Depois? “Vamos olhar para o futuro”, afirma. Através de uma base de dados e apesar de não saber quem são de forma particular, o investigador segue os alunos e analisa o que acontece com eles passados dois, três ou até mesmo quatro anos. Comparando os resultados, Luís Catela Nunes concluiu que “os alunos que chumbam no quarto ano têm uma melhoria marginal ou muito pequena no exame de sexto ano, tanto a português como a matemática”.
Outro indicador analisado é o percurso desses alunos. “Será que o aluno que chumbou evita chumbar no futuro?”, questiona. “Os dados dizem isso não é verdade. Se um aluno que chumbou não tivesse chumbado, provavelmente o seu percurso era mais rápido e portanto a conclusão a que chegamos é que os benefícios de chumbar são muito reduzidos”, conclui o investigador.
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