nanotecnologia,
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Ep. 155 Pedro Baptista – Sistema de diagnóstico usa partículas de ouro para identificar a tuberculose

June 26, 2017

ep155_interiorUm novo sistema utiliza nanopartículas de ouro para identificar os agentes responsáveis pela tuberculose e para perceber de forma rápida se esses agentes são ou não resistentes aos antibióticos.


Pedro Baptista é investigador no departamento de Ciências da Vida do UCIBIO Requimte, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), e utiliza partículas de ouro para identificar o agente responsável pela tuberculose.

Ao contrário do que se possa pensar, o ouro à nano escala, em nanotecnologia, é muito barato, até porque “nós estamos a utilizar uma infinitésima parte do que é o ouro que estamos habituados a ver num anel, numa joia ou num lingote”, explica o investigador. Nesta escala, “as soluções de ouro têm uma cor vermelho vivo, quase camisa do Benfica, e o sistema pode ser facilmente alterado, se identifica ou não identifica o agente alvo, mudando para azul, tipo camisa do Porto”, continua. Obtendo-se esta diferença de cores é simples distinguir entre um resultado positivo (cor azul) e um resultado negativo (cor vermelha).

“O nosso sistema mais robusto, que já saiu do laboratório e já está a fazer a validação no terreno, é do ponto de vista clínico para a deteção do agente que causa a tuberculose”, explica Pedro Baptista. Este sistema começa por identificar a presença ou ausência da tuberculose e, depois, indica se o agente encontrado é resistente ou não a antibióticos. “Isso muitas vezes está associado a pequenas marcas no genoma do organismo”, afirma o investigador. Desta forma, a possibilidade de ter um sistema rápido poderá vir a ter um impacto muito grande a nível epidemiológico.

Outra grande vantagem deste sistema é a sua portabilidade, sendo possível aplica-lo em locais de poucas infraestruturas mas de grandes geografias como é o caso do Brasil e de África, “em que a tuberculose tem um impacto que não tem em Portugal”. Este sistema permite “estar na frente geográfica em que estamos a atender o doente, em que estamos a fazer a análise clínica do doente e ter imediatamente ali um despiste de uma suspeita com mais certeza e mais especificidade”, indica Pedro Baptista.

Saiba mais sobre o investigador em: FCT | UCIBIO-Requimte

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