Esta investigação pôs à prova crianças gatinhantes na tentativa de perceber o que distingue o comportamento destes bebés em situações de risco. Será que gatinham na direção do risco? Ou a experiência de gatinhar previne o risco?
Rita Cordovil é professora na Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa e faz investigação no Laboratório de Comportamento Motor. O estudo em que está envolvida atualmente foca-se na perceção e ação das crianças em envolvimentos de risco.
A investigadora começou por colocar crianças que gatinhavam sobre uma plataforma elevada e pediu depois à mãe que se deslocasse para uma das pontas dessa plataforma. De um lado havia um precipício e do outro uma superfície de água. O objetivo seria a mãe chamar o bebé e então “tentar perceber o que é que distingue os bebés que avançam na direção da mãe, dos bebés que ficam e que não avançam nem para a água nem para o precipício”, explica Rita Cordovil. A segurança das crianças foi sempre garantida com um equipamento semelhante ao que se utiliza na escalada.
No total, 31 bebés com idades entre os oito e os 15 meses, todos gatinhantes (nenhum podia andar) mas com diferentes níveis de experiência a gatinhar fizeram parte do estudo. E o que foi possível perceber com esta investigação? “Que os bebés que têm mais experiência a gatinhar, que já gatinham há mais tempo, não necessariamente os bebés mais velhos mas o que já gatinham há mais tempo são os que têm mais tendência a evitar o precipício”, indica a investigadora. Aparentemente “parece que o terem gatinhado lhes foi ensinando como é que haviam de reagir se estivessem naquela situação tanto para o lado do precipício como para o lado da água”, continua. Desta forma, este estudo aponta para que a experiência nos ensine desde cedo como havemos de nos comportar em diferentes situações e ambientes, nomeadamente em ambientes de risco.
Saiba mais sobre a investigadora em: ResearchGate
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