Este estudo vai analisar o conteúdo de revistas publicadas em Portugal, Espanha e Itália durante a II Guerra Mundial.
Aldina Marques, investigadora do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) no Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH) e colaboradora no Centro de Linguística da Universidade do Porto (CLUP), está a desenvolver estudo que vai ter como objeto de análise as revistas Sinal, Esfera e Mundo Gráfico.
“Começamos a estudar a imprensa durante a II Guerra Mundial em países que tinham em comum o facto de estarem sob um regime autoritário. Conhecer a imprensa e as suas características é conhecer necessariamente uma parte muito importante da sociedade da época e é conhecer o que foi o Portugal do Estado Novo, nomeadamente durante a II Guerra Mundial”, descreve.
Neste estudo vão ser analisadas as diferentes formas de propaganda usadas pelo Estado Novo para informar o público português sobre o estado da guerra. Aldina Marques destaca a particularidade do caso português onde, embora ideologicamente o regime se aproximasse mais das forças do eixo, a sua neutralidade e relação de aliança com o Império Britânico, faziam com que as revistas nacionais publicassem um misto de mensagens favoráveis tanto à Alemanha Nazi, como aos aliados.
A investigadora realça por exemplo uma imagem da revista Sinal que apresentava um soldado britânico nas trincheiras a fazer a barba. Imagem essa que, de acordo com Aldina Marques é representativa do simbolismo do “gentleman britânico que mesmo em cenário de guerra, continua a cuidar da sua apresentação.”
“Nós estamos a analisar revistas, a revista Esfera, a Mundo Gráfico e vamos analisar também a revista Sinal. Por exemplo, esta revista Sinal é interessante porque ela começou por ser uma tradução da revista publicada em Espanha mas depois ganhou alguma autonomia e passou a integrar não traduções de textos estrangeiros mas já produções de textos feitos aqui em Portugal”, conta.
Aldina Marques acrescenta ainda que “são estas para já o nosso corpus de análise que esperamos obviamente alargar a outras revistas, a outras publicações e também a outras manifestações da época que não apenas no domínio do jornalismo”.
Saiba mais sobre a investigadora em: ResearchGate | CEHUM
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