Este estudo analisou os dados clínicos de pacientes internados com queimaduras e concluiu que dos 1900 casos que ocorrem em Portugal todos os anos, 20% são crianças dos zero aos quatro anos de idade.
João Vasco Santos, investigador no CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e médico no Centro Hospitalar de São João (CHSJ) no Porto, é o responsável por esta investigação cujos resultados sugerem que seja criada uma unidade pediátrica de queimados no norte do país.
“A nossa linha de investigação nos queimados vem no sentido do impacto que as queimaduras têm quer do ponto de vista físico, quer psicológico e mesmo familiar na vida de uma pessoa com estas lesões. Estamos a falar de 1900 queimados que são internados por ano em Portugal, dos quais 20% são crianças dos zero aos quatro anos de idade. Esta faixa etária mostrou-nos que devemos de facto perceber melhor o porquê disto acontecer”, explica.
Os resultados deste estudo apontam que 90% das crianças internadas têm como a causa da queimadura um objeto ou um líquido quente como por exemplo o chá, o leite quente, ou a água do banho.
Além da criação de uma unidade pediátrica de queimados, João Vasco Santos sugere ainda o desenvolvimento de ações de formação em saúde pública com o objetivo de alertar a população para este problema. “A maioria das crianças internadas têm um ano de idade pelo que seria importante fazer um programa de saúde pública talvez até focado mais nestas crianças dos recém-nascidos até ao um ano de idade para tentar evitar futuras lesões”, alerta.
“Aliado a isto é também necessária uma parte do tratamento que não só a prevenção e daí a necessidade de uma unidade pediátrica de queimados em Portugal que neste momento não existe, com um mínimo de cinco a sete camas e preferencialmente situada no Porto devido à distribuição geográfica dos queimados em Portugal, com maior incidência na região Norte”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | FMUP
Related Episodes
