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Ep. 219 Bruno Costa-Silva – Identificar o “código postal” de tumores nas “cartas” trocadas entre células pode ajudar no diagnóstico precoce de cancro

September 22, 2017

ep219_interiorTodas as células do nosso corpo comunicam entre si e os tumores não são exceção. Se conseguirmos intercetar as mensagens trocadas entre o tumor e as suas células vizinhas será então possível detetar com alguma antecedência a presença de um tumor maligno no nosso organismo.​


Bruno Costa-Silva, investigador na área de oncologia na Fundação Champalimaud, está a estudar estas mensagens com o objetivo de prever em pacientes com tumor de pâncreas a hipótese de estes virem a desenvolver metástases ou não.

“O tumor, como as outras células, responde a estímulos das células vizinhas. Em casos onde o tumor é maligno, para este progredir aproveita-se das mensagens derivadas das células associadas ao tumor que podem levar a indução do crescimento desse tumor ou, que podem até mesmo, conversar entre células não-tumorais, entregando nutrientes e outros fatores que vão levar essas células a crescer. São várias as possibilidades pelas quais estas células conseguem ajudar as células tumorais”, explica.

Segundo o investigador, os resultados do seu trabalho indicam que é possível utilizar a leitura dessas mensagens para prever em pacientes com tumor de pâncreas a hipótese de estes virem a desenvolver metástases ou não. “Ao ler essa mensagem derivada do tumor desses pacientes conseguimos com um razoável sucesso prever os pacientes que viriam ou não a ter metástases dentro de cinco anos”, acrescenta.

Estas mensagens podem também ser usadas para saber de que forma os pacientes estão a responder a uma determina terapia. “Outra aplicação que estamos a começar a explorar na Fundação Champalimaud é utilizar essas mensagens para auxiliar na leitura da resposta dos pacientes às terapias. Espera-se que se esta é de facto uma mensagem associada a um tumor, em casos em que o paciente tenha sido tratado de maneira eficiente, em que ele não tenha mais o tumor, essas mensagens deviam diminuir, e se possível desparecer”, conta.

“Estas mensagens podem ser utilizadas como um marcador de resposta à terapia que é uma pergunta importante em qualquer contexto de tratamento oncológico”, conclui.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | F. Champalimaud

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