Na cidade portuguesa onde mais se anda de bicicleta, a comunidade da Universidade de Aveiro não segue essa tendência. O projeto UBkie veio ajudar a iniciar uma mudança de cultura de mobilidade, ao fornecer bicicletas a um baixo custo. Será suficiente?
José Carlos Mota é docente no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro (UA) e estuda os padrões de deslocação.
Na Europa, Portugal é o país onde menos se utiliza a bicicleta como modo de transporte. Aveiro é a região onde mais se anda de bicicleta, pelo que a UA há vários anos que dedica a sua atenção ao padrão de deslocação. “Apesar de ser a região onde mais se anda de bicicleta, a comunidade docente é a que mais anda de automóvel: 80% dos docentes da Universidade de Aveiro vêm de automóvel para a cidade”, realça José Carlos Mota.
Foi assim que o Governo desenvolveu e lançou o programa UBike, uma iniciativa de promoção do uso da bicicleta nas comunidades estudantis universitárias e do ensino superior que envolve cerca de 3000 bicicletas convencionais e elétricas para estudantes, docentes, funcionários e investigadores. “A filosofia é ceder a bicicleta a um baixo custo, portanto um pagamento, um seguro, uma caução eventualmente, por um período equivalente a um semestre”, explica.
Ainda que a oferta da bicicleta seja um bom incentivo, não é suficiente para que a mudança de cultura de mobilidade se realize. É necessária uma mudança de consciência. “Não chega uma atividade ou duas, é importante que haja um conjunto de ações coordenadas e por isso queremos que este projeto seja também um exemplo de uma metodologia participativa, de envolvimento dos vários parceiros na construção de uma cidade melhor, de uma universidade melhor, de um campus mais atrativo, mais seguro”, conclui.
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