Este estudo analisou os valores de radão no interior de habitações na região de Trás-os-Montes e os valores obtidos são alarmantes: é necessário informar e educar a população no sentido de minimizar os efeitos deste elemento.
Elisa Preto Gomes é geóloga e docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
A região de Trás-os-Montes tem várias rochas graníticas que contêm diferentes concentrações de minerais acessórios, isto é, minerais que existem em pequenas quantidades na rocha. E é aí que se encontra o urânio, um elemento químico instável e radioativo que ao decair para outros elementos, vai dar origem, entre outros, a um gás chamado radão.
“Nós não temos problemas de estar em contacto com o radão ou outro elemento, mas ao inalarmos ou ingerirmos o radão, que pode estar dissolvido na água, nós ficamos em contacto com as partículas e isótopos para que ele decai e esses sim podem realmente provocar lesões nas células e provocar cancro do pulmão e outras doenças que têm sido associadas, como a leucemia infantil, etc.”, explica a docente. Existe uma diretiva comunitária para os Estados Membros da União Europeia que impõe um limite de 300 becquerel (bq) por metro cúbico para a medida de radão no interior dos edifícios. Neste estudo, Elisa Preto Gomes encontrou, em média e em alguns granitos dentro das habitações, valores superiores a 500 bq por metro cúbico.
Assim, “é importante que as pessoas saibam que estão expostas a um risco natural, que podem minimizar com algumas atitudes de comportamento, como seja a ventilação das habitações, ou estando esclarecidas que esse risco existe e que faz mal à saúde”, conclui. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o cancro do pulmão é segunda maior causa de morte na Europa.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | DeGóis