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Ep. 244 Rafaela Cardoso – Biocimentação: a técnica que utiliza bactérias para produzir cimento

October 30, 2017

ep244_interiorProjeto encontra solução biológica para as obras civis: bactérias produtoras de cimento. O problema agora está nas quantidades de bactérias a produzir para estas obras de grandes dimensões.


Rafaela Cardoso é professora associada do Departamento de Engenharia Civil (DECivil) do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (IST) e investigadora no Centro de Investigação de Engenharia Civil e Inovação para a Sustentabilidade (CERIS) e trabalha sobre o processo da biocimentação.

Em que consiste este processo? “A biocimentação é uma técnica ecológica, que na prática consiste em usar bactérias para conseguir ter uma produção de carbonato de cálcio ou de calcite”, explica a investigadora. Esta técnica verde e não poluente implica a produção de bactérias em laboratório sob processos biológicos controlados. As bactérias são inofensivas ao ser humano e têm a vantagem de os cientistas poderem controlar a quantidade de alimento que lhes dão e a quantidade de biocimento que elas conseguem produzir.

Esta técnica pode ser aplicada para melhorar os solos em zonas como encontros de pontes, pode ser utilizada para o reforço local de fundações ou até mesmo para minimizar a erosão interna dos solos. Ainda assim, há alguns constrangimentos à sua utilização, nomeadamente a quantidade de bactérias a produzir, “porque estamos a falar de volumes brutais de solo que é preciso injetar”, justifica Rafaela Cardoso. “Para ficarem com uma ideia, demora uma semana para se produzir um litro de solução com bactérias, mas depois quando formos para campo não é só um litro, são vários metros cúbicos que vão ser necessários e portanto estamos a falar a uma escala industrial que é bastante mais complicada do que ser feita em laboratório”, reforça.

Desta forma, é necessário haver um investimento na produção destas bactérias para que possam ser aplicadas em casos de obras.

Saiba mais sobre a investigadora em: IST | ResearchGate | LinkedIn

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