Esta investigação foi estudar as condições meteorológicas de três diferentes tipos florestais em Portugal com o objetivo de perceber quais são variáveis que afetam a propagação de um incêndio.
Paulo Fernandes, docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigador no Centro de Investigação e Tecnologia de Ciências Agroambientais e Biológicas (CITAB), estuda a influência que diferentes espécies de árvores têm para os incêndios florestais.
O estudo começou em áreas ardidas, para tentar perceber se havia, logo à partida, diferenças entre as várias espécies de árvores. "Procurámos uma situação em que tínhamos três espécies de árvore lado a lado, uma de vidoeiro, outra de pinheiro-bravo e outra de camaciparis (Chamaecyparis), que é uma resinosa do oeste dos Estados Unidos e que por vezes se encontra nas áreas de baldios em Portugal, e instalámos uma estação meteorológica em cada um desses tipos florestais”, explica o investigador. Através destas estações e durante dois anos, foi possível monitorizar as condições meteorológicas no interior de cada uma dessas matas.
“Realmente verificámos que o pinhal estava mais exposto ao vento, era mais quente e principalmente era mais seco”, afirma Paulo Fernandes. A resinosa exótica forma matas muito densas e por isso mesmo tem muito menos luz: “portanto tinha muito pouco vento, o que é bastante favorável e há muitos casos de incêndios que se extinguem nesse tipo de zonas”, justifica. Por fim, nas matas constituídas por vidoeiros o vento é mais moderado e apresenta uma grande vantagem, de acordo com o investigador: “a humidade do ar, que era substancialmente mais alta do que em qualquer uma das outras situações”, revela o investigador.
“Portanto digamos que não é só a espécie, mas é também o efeito do ambiente que depois tem um efeito grande na propagação do incêndio”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: DeGóis | CITAB