Estudo investiga de que forma moléculas produzidas pelo tecido adiposo contribuem para o crescimento de células tumorais do melanoma.
Pedro Coelho, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), está a desenvolver este trabalho de investigação em colaboração com a Escola Superior de Saúde (ESS) do Instituto Politécnico do Porto (IPP) e o Serviço de Radioterapia do Hospital de São João.
“Focamo-nos em investigar a relação entre a obesidade e o melanoma. Porquê esta relação? Decidimos investigar uma vez que as taxas de incidência do melanoma têm estado a aumentar sistematicamente um bocadinho por todo o Mundo, mas principalmente nas populações brancas dos países mais desenvolvidos, que são precisamente os países onde a obesidade também se está a tornar num grave problema de saúde”, sumariza.
Segundo o investigador, o estudo desta relação começou por verificar qual o mecanismo que a obesidade poderia estar a usar para contribuir para a progressão e para uma maior incidência dos casos de melanoma. “O que descobrimos é que realmente o tecido adiposo, ou seja, a gordura que existe no nosso corpo é capaz de produzir uma séria de moléculas, uma série de substâncias químicas que depois vão indiretamente estimular a progressão e o crescimento do melanoma”, explica.
“Verificamos que as células do melanoma se estiveram na presença das moléculas libertadas pelo tecido adiposo são capazes de proliferar mais, crescem mais, morrem menos, são capazes de se tornarem mais malignas e resistem também a uma série de tipos de tratamento vulgares nos casos de cancro, nomeadamente, terapias anti-angiogénicas e terapias de radioterapia”, conclui.
Para Pedro Coelho, todos estes fatores em conjunto vêm demonstrar que a obesidade parece ser um dos fatores que promovem a progressão do melanoma.
Saiba mais sobre o investigador em: FMUP
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