A evolução tecnológica trouxe um novo desafio ao jornalismo tradicional: a necessidade de adaptar a sua linguagem a um mundo digital e aos novos dispositivos móveis.
João Canavilhas, investigador no LabCom.IFP e docente na Universidade da Beira Interior (UBI), está há quase duas décadas a estudar como adaptar a linguagem do jornalismo a estes novos meios.
“Este grupo de investigação tem trabalhado desde o ano 2000 a questão da linguagem dos novos meios e a ideia geral era procurar uma linguagem adaptada àquele que na altura era um meio emergente, a web, e que depois foi evoluindo para aquilo que hoje são os dispositivos móveis, e o acesso à informação nos dispositivos móveis, que têm vindo a crescer muito nos últimos anos e que hoje são a principal forma de acesso à informação”, explica.
Para João Canavilhas, a ideia geral é que a informação jornalística tem que estar onde estão as pessoas e, neste momento, as pessoas estão nos dispositivos móveis, e estão a aceder às notícias na internet. “Numa primeira fase, o que nós procuramos foi uma linguagem que tirasse partido daquilo que são as características do novo meio e fundamentalmente aquilo que concluímos através de investigações de vários tipos, foi que devia ser proposta uma linguagem que explorasse esta questão do multimédia, da hipertextualidade e da interactividade”, afirma o investigador.
“Depois evoluímos para os dispositivos móveis e também neste caso o objetivo é procurar tirar o melhor partido dos dispositivos móveis e ver como fazemos chegar a informação às pessoas, fundamentalmente aos mais novos que acedem a este tipo de informação já não num meio tradicional mas sim, nestes novos meios”, acrescenta.
Adaptar a linguagem do jornalismo aos dispositivos móveis, passa também por fazer chegar a informação aos mais novos, preparando assim os media para uma nova geração de consumidores online de informação.
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