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Ep. 277 André Teixeira – Antiga cidade portuguesa em Marrocos preservou até aos dias de hoje restos do quotidiano daquele local

December 14, 2017

ep277_interiorEste grupo de investigação está há mais de uma década a estudar os vestígios arqueológicos da presença portuguesa no Norte de África, mais concretamente em Marrocos. A cidade abandonada de Alcácer-Ceguer tem-se revelado uma boa fonte de informação sobre o quotidiano dos portugueses que ali viveram no século XVI.​


André Teixeira, investigador do CHAM – Centro de Humanidades e professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH UNL), está a estudar a presença portuguesa em Marrocos com foco nas cidades de Azamor, Safim e Alcácer-Ceguer.

“Nós completamos este ano dez anos de trabalho em Marrocos. É um trabalho que tem sido interdisciplinar mas que naquilo que é a minha tarefa relaciona-se fundamentalmente com a arqueologia e com o património. Com o património que ficou da presença portuguesa em Marrocos e, enfim, com as suas mesclas com o próprio património local”, conta.

A equipa de André Teixeira tem concentrado a sua investigação em antigas cidades onde os portugueses estiveram no Norte de África, com o objetivo de compreender quais as principais características dessa presença portuguesa. “O nosso trabalho começou por Azamor na zona mais a sul, tivemos também uma pequena intervenção em Safim e hoje em dia estamos fundamentalmente centrados em Alcácer-Ceguer, um sítio arqueológico entre Ceuta e Tânger no norte de Marrocos mesmo junto ao estreito de Gibraltar”, acrescenta.

E porquê Alcácer-Ceguer? Segundo o arqueólogo, este local tem a vantagem de ter sido uma cidade islâmica que, durante a idade média, foi ocupada pelos portugueses durante cerca de um século, e que depois ficou abandonada. “Através da escavação conseguimos entrar e contactar diretamente com aquilo que era uma cidade portuguesa do século XVI no Norte de África. Tudo está como os portugueses deixaram, e tem interesse pela capacidade que nós temos de recuperar esses quotidianos da presença portuguesa em Marrocos”, explica.

O estado de preservação de Alcácer-Ceguer tem-se revelado como uma janela para o quotidiano da população que ali vivia. Quotidiano esse que a equipa de André Teixeira está focada em revelar.

Saiba mais sobre o investigador em: FCSH UNL | CHAM

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