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Ep. 285 Luís Catarino – Plantas tradicionais da Guiné-Bissau apresentam-se como potenciais superalimentos

December 26, 2017

ep285_interiorEste grupo de investigação analisou entre quinze e vinte espécies de plantas tradicionais da Guiné-Bissau com o objetivo de descobrir o seu potencial nutritivo, e o impacto que estas têm na dieta e no comércio da população local.​


Luís Catarino, investigador do Grupo de Stress Ambiental e Ecologia Funcional do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), foca a sua investigação no estudo da relação das pessoas com as plantas, com um interesse particular na vegetação tradicional da Guiné-Bissau.

“Um assunto que cada vez mais me tem interessado é a relação das pessoas com as plantas e com a vegetação, nomeadamente na Guiné-Bissau que é o país em que tenho trabalhado mais e que conheço melhor. Encontrámos um número entre quinze e vinte espécies com importância económica e que são efetivamente transacionadas nos mercados e particularmente no mercado mais importante da Guiné-Bissau, o mercado Bandim”, conta.

Dos produtos analisados pela sua equipa de investigação, Luís Catarino destaca duas plantas, cujos nomes típicos na Guiné-Bissau são Lallios e Jambos. Os lallios são folhas secas e trituradas, enquanto os jambos são folhas frescas, comercializadas sem qualquer alteração.

As características nutritivas destas plantas fazem com que estas se apresentem como bons candidatos para superalimentos. “Fizemos algumas análises e verificámos que elas têm algumas diferenças mas que em geral são alimentos que se podem considerar bons. Todas têm uma boa quantidade de nutrientes, de sais minerais e uma boa capacidade antioxidante”, acrescenta.

“Estes produtos alimentares são bastante interessantes porque são produtos que têm um baixo preço, têm uma grande disponibilidade no país e podem ser considerados como uma boa componente alimentar na Guiné-Bissau”, salienta.

Conhecer a relação das populações locais com estas plantas pode ajudar não só a compreender a riqueza da sua dieta alimentar, mas também a apresentar alternativas de mercado para estes produtos.

Saiba mais sobre o investigador em: CE3C | Linkedin

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