Resultados deste estudo indicam que são os militantes do próprio partido quem visita com maior frequência o respetivo website, não havendo nestes sítios um espaço real de debate interpartidário. Neste estudo foram analisados os websites dos partidos com assento parlamentar que, à data da recolha dos dados, eram o PS, o PSD, o CDS-PP, o PCP e Os Verdes.
Paulo Serra, investigador e coordenador do LabCom.IFP da Universidade da Beira Interior (UBI), coordenou este projeto com o título “Novos Media e Participação Política: A participação dos cidadãos nos websites dos partidos políticos portugueses”.
“Os principais resultados do nosso trabalho que decorreu durante três anos foi que a análise de conteúdo mostra que há uma fraca participação dos cidadãos no site dos partidos políticos mas que por sua vez os partidos políticos também não têm grandes capacidades para gerir a comunicação nesses sites, e que estes utilizam esses sites sobretudo como uma espécie de controlo da opinião pública, isto é, para saber o que é que as pessoas estão a pensar”, explica.
Segundo o investigador, estes websites são no essencial participados “por pessoas que já pertencem ao próprio partido e que entabulam entre si uma espécie de diálogo”.
Paulo Serra reforça ainda que o partido, a hierarquia do partido e os responsáveis da comunicação encontram-se habitualmente ausentes, não participando assim nos diálogos realizados entre os utilizadores.
Quando há moderação, esta limita-se no essencial a eliminar os comentários que são menos abonatórios ou a moderar alguma linguagem de modo a evitar insultos. “Mas o diálogo existe sobretudo entre os próprios militantes e simpatizantes de cada partido, isto é, se eu acedo ao site do partido X há uma grande probabilidade que eu seja militante ou simpatizante desse partido e que o faça para falar com outros militantes ou simpatizantes”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: LabCom.IFP | Google Scholar
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