Tal como uma cadeia de camiões de distribuição, estes biomateriais estão a ser usados para desenvolver sistemas de entrega de fármacos a células do sistema nervoso. Ainda em ensaios pré-clínicos, estas partículas podem um dia ser usadas no tratamento de lesões vertebro-modulares ou na regeneração de células nervosas após um acidente vascular cerebral.
Ana Paula Pêgo, investigadora do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e do INEB e docente do Instituto de Ciências Abel Salazar (ICBAS) e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), está a desenvolver ensaios em animais que, até ao momento, têm provado uma boa capacidade destas partículas na promoção da regeneração celular.
“O trabalho que temos vindo a desenvolver no meu grupo tem-se focado no desenho de biomateriais à escala nanométrica para desenhar e para desenvolver sistemas para entrega de fármacos no contexto do sistema nervoso. O desafio tem sido fazê-los chegar de uma forma dirigida. Isto é, que estes só entrem para as células específicas. Para isso desenhámos estes vetores, estas caixinhas que no fundo levam uma chave para as células onde nós queremos chegar”, explica.
O grupo de investigação de Ana Paula Pêgo tem sido bem-sucedido nos ensaios com ratos, tendo já demonstrado que genes entregues com estas partículas conseguem chegar ao centro celular e produzir proteínas que vão ter um efeito terapêutico e promover a regeneração neuronal.
“Testámos primeiro o efeito no sistema nervoso periférico, mas agora estamos já a evoluir para aplicações no sistema nervoso central, nomeadamente no tratamento das lesões vertebro-medulares assim como no tratamento dos acidentes vasculares cerebrais (AVC)”, afirma.
Os resultados obtidos neste projeto deram já origem a uma patente que Ana Paula Pêgo deseja começar a explorar o quanto antes.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | i3S
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