Este grupo de investigação está a desenvolver modelos matemáticos para prevenção e gestão de recursos hídricos após incêndios, para a região de Trás-os-Montes.
Rui Cortes, investigador no CITAB – Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), está a estudar estes modelos de forma a estabelecer na região políticas capazes de minimizar os efeitos das cheias que ocorrem após os fogos florestais.
“Um dos efeitos dos fogos florestais é aumentar a impermeabilização dos solos e diminuir as taxas de infiltração da água. O que nós queremos é atuar do ponto de vista de intervenção no sentido de diminuir os efeitos secundários após os fogos florestais”, explica.
“Falamos sempre em fogos mas faz-se muito pouco após o fogo. O solo fica desprotegido, está sujeito a elevadas erosões. No primeiro ano após os fogos vai vir menos água para os recursos hídricos, vai haver menos recarga dos aquíferos, mas vamos ter mais cheias de inverno. Tudo isto é um efeito extremamente importante”, critica.
Através de modelos matemáticos, a equipa de Rui Cortes estabeleceu um sistema para esta região que visa utilizar a água das chuvas para reabastecer as bacias com maior défice hídrico. Ao saber quais são estas bacias e onde estas se encontram, será possível transportar a água da chuva para os locais com mais necessidade.
“Não só podemos assim fornecer água de maior qualidade, como podemos responder a um conjunto de solicitações extremamente variáveis, desde pontos de água para fogos florestais, fornecimento de água para culturas agrícolas que estejam em situações de défice hídrico, ou até mesmo eventualmente para abastecimento humano, pois a água da chuva é água de boa qualidade”, conclui.
O grupo de Rui Cortes trabalha numa perspetiva multidisciplinar sempre com foco na aplicabilidade dos seus resultados. Este sistema agora desenvolvido está neste momento a ser patenteado.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | UTAD
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