Com dados recolhidos desde o ano 2000, este estudo demonstra que das cerca de duzentas espécies de artrópodes dos Açores, sete já se encontram extintas e 75% das restantes estão com um nível de vulnerabilidade elevado.
Paulo Vieira Borges, docente da Faculdade de Ciências Agrárias e do Ambiente da Universidade dos Açores (UAC) e investigador do Grupo de Biodiversidade dos Açores (GBA) do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, desenvolve a sua investigação sobre a ecologia e preservação das florestas nativas da macaronésia.
“O nosso grande enfoque tem sido o estudo a longo prazo do estado ambiental das zonas naturais dos Açores, e em particular das florestas nativas. No ano 2000 iniciámos um estudo muito ambicioso de conhecimento sistemático a longo prazo do estado de conservação dessas florestas usando os artrópodes como grupo indicador com ênfase nos escaravelhos e aranhas”, conta.
“A ideia que infelizmente se tem verificado é que sete espécies já estão extintas. No estudo que realizámos recentemente para a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) verificámos que 75% das espécies de artrópodes estão com um nível de vulnerabilidade elevado apesar de ocorrerem em zonas supostamente bem preservadas”, alerta.
Mas nem tudo são más notícias, este mesmo estudo indica que muitas dessas espécies estão ainda bem preservadas, particularmente as que ocorrem nas copas das árvores endémicas. No entanto as espécies que ocorrem no solo são as que estão a ser mais afetadas.
No relatório realizado para IUCN a equipa de Paulo Vieira Borges identificou as principais ameaças para a preservação destes artrópodes. A prevalência de espécies invasoras de plantas, a pressão humana e as alterações climáticas são os principais fatores responsáveis pelo aumento da vulnerabilidade destas espécies, sendo assim importante reforçar os esforços de conservação das florestas nativas do arquipélago.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | CE3C
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