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Ep. 309 Joana Barroso – Como é que o cérebro lida com a dor?

January 29, 2018

ep309_interiorPara responder a esta questão, este estudo está a investigar como o cérebro responde à dor em doentes com artrose no joelho, antes e após estes serem operados.


Joana Barroso, investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, quer perceber como o cérebro funciona em doentes com dor crónica e como é que ele se adapta a não ter dor.

“Estou a estudar doentes com artrose do joelho. A artrose do joelho leva a que exista dor, muitas vezes durante vários anos e eu estou a ver como é que o cérebro destes doentes está quando eles têm dor”, conta.

Para estudar estes doentes, Joana Barroso primeiro faz uma ressonância antes de eles serem operados, de forma a poder ter uma imagem comparativa de como o cérebro destes pacientes se comporta com a dor antes de serem operado. “Depois estes doentes são operados e na grande maioria dos casos ficam completamente sem dor. Repito a ressonância e vamos ver como o cérebro está a funcionar já sem dor”, explica.

“Numa pequena percentagem de casos estes doentes mantêm a dor. O nosso objetivo é perceber se estes doentes já tinham uma sensibilidade do sistema nervoso, se o cérebro já estava sensibilizado. Estamos à procura de marcadores neuroimagiológicos, marcadores no nosso cérebro que permitam indicar quem tem maior propensão para ter dor”, acrescenta.

A investigação de Joana Barroso encontra-se na fase final de inclusão dos doentes: “Temos noventa doentes com artrose do joelho que já realizaram a primeira ressonância. Estes doentes vão então depois ser operados e vamos repetir a ressonância seis meses depois.”

“Esperamos com o nosso trabalho provar que há uma reestruturação do nosso sistema nervoso central, provar que o nosso cérebro é plástico, que ele consegue adaptar-se e esperamos também conseguir determinar quem é que tem uma maior propensão para manter dor, independentemente de haver ou não um estímulo, ou seja contribuirmos para melhor compreender o que é a dor crónica e como é que o cérebro se adapta na dor. Qual é a sua responsabilidade a gerar dor”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: i3S

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