medicina,
90 seg

Ep. 314 Salomé Pinho – Nova terapia para as doenças inflamatórias do intestino pode encontrar-se nas carapaças de crustáceos

February 05, 2018

ep314_interiorEste grupo de investigação está a recorrer a um açúcar presente no exosqueleto de crustáceos, a quitina, para desenvolver terapias para doenças inflamatórias do intestino como a doença de Crohn e a colite ulcerosa.​


Salomé Pinho, investigadora do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e do IPATIMUP e professora afiliada da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), quer usar a quitina para tratar linfócitos de pacientes com doenças inflamatórias do intestino.

“Em concreto o que nós observámos foi que os linfócitos, que são os glóbulos brancos, as células de defesa do intestino destes doentes, apresentam uma deficiência num açúcar. Verificámos que essa deficiência nesse açúcar desse linfócito de um intestino inflamado contribui para a hiperativação deste linfócito e para potenciar uma exacerbação da resposta imune, contribuindo assim para uma inflamação do intestino”, explica.

Em laboratório, Salomé Pinho verificou que ao tirar partido de açúcares, de glicanos, que existem em fontes naturais da natureza, como é o caso de alguns carbohidratos que são extraídos da quitina de crustáceos, é possível reduzir a actividade dos linfócitos que causam a inflamação do intestino

“Utilizando biópsias frescas de doentes, obtidas em colaboração com o Centro Hospitalar do Porto temos vindo a estudar em laboratório, de alguns anos para cá, as propriedades anti-inflamatórias e imunomodeladoras destes açúcares. Isolando os linfócitos do intestino destes doentes em laboratório e tratando estes linfócitos com este carbohidrato, conseguimos corrigir o tal defeito. A quitina é importante pois permite controlar a resposta imune, criando imunossupressão que é o que se pretende nestes doentes”, relata.

Este açúcar mostra assim propriedades importantes que podem um dia ser usadas para tratar doentes com inflamação do intestino crónica, como aquela causada pela doença de Crohn e pelas colites ulcerosas.

Saiba mais sobre a investigadora em: i3S

Scroll to top