bioquímica,
90 seg

Ep. 37 Mónica Bettencourt Dias – Estruturas celulares cem vezes mais pequenas que um fio de cabelo podem conter o segredo do desenvolvimento tumoral

January 11, 2017

ep037_interiorCom formato semelhante a um tubo, os centríolos podem estar envolvidos em processos tão diferentes como a comunicação, a multiplicação e o movimento das células. Compreender como estes funcionam pode gerar uma nova luz sobre o processo de desenvolvimento tumoral.


Mónica Bettencourt Dias, coordenadora do laboratório de Regulação de Ciclos Celulares (CCR) no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), foca a sua investigação no papel que os centríolos têm no desenvolvimento de doenças como a infertilidade ou o cancro.

Os centríolos estão envolvidos na multiplicação das células, são eles que originam estruturas que ajudam as células a multiplicarem-se, mas também são responsáveis pelo desenvolvimento de estruturas semelhantes a “antenas” nas nossas células, importantes para a comunicação entre células, mas também para o movimento das mesmas.

Segundo a investigadora, como os centríolos estão envolvidas em processos tão diferentes como a comunicação, a multiplicação e o movimento das células, a sua alteração leva a muitas doenças diferentes. “No nosso laboratório estudamos o cancro para perceber como é que a alteração destas estruturas pode levar ao cancro. Ao sabermos que as células do cancro estão particularmente alteradas nestas estruturas, mas as células normais não estão, podemos nos aproveitar disso para matar células tumorais pois estas são diferentes das nossas células normais”, afirma.

Mónica Bettencourt Dias identifica uma relação recíproca entre o estudo do cancro e da biologia fundamental, pois o conhecimento de uma, ajuda a compreender a outra: “Tentamos articular no laboratório o conhecimento mais fundamental daquilo que se passa dentro das nossas células, com o conhecimento da doença, para perceber como é que uma leva à outra e como é que o conhecimento da doença também nos leva a perceber a biologia fundamental.´”

Descobrir o que controla a formação e a destruição dos centríolos, já que nalguns tipos de células estas estruturas mantêm-se durante a vida toda do organismo – como nalguns neurónios – enquanto noutras são destruídas rapidamente, é hoje o principal objetivo da sua investigação.

Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedInResearchGate | IGC

Scroll to top