antropologia,
90 seg

Ep. 351 Joana Lucas – A dieta mediterrânica é Património Imaterial da Humanidade. Qual o impacto deste reconhecimento nas populações locais?

March 28, 2018

ep351_interiorEntre Tavira e Chef Chaouen, em Marrocos, este estudo procura conhecer os impactos na economia, na cultura, no turismo e no dia-a-dia das populações locais, após o anúncio da dieta mediterrânica como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.​


Joana Lucas, antropóloga e investigadora no Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA-IUL) no pólo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH NOVA), está a desenvolver um projeto de pós-doutoramento que procura perceber os efeitos da patrimonialização da dieta mediterrânica a partir de um estudo comparativo entre Portugal e Marrocos.

“O meu trabalho de pesquisa neste momento passa por perceber naquelas que são as cidades representativas de cada um desses países, no caso Tavira em Portugal e Chef Chaouen em Marrocos. Nessas duas cidades quais é que são os efeitos da classificação da dieta mediterrânica enquanto património cultural imaterial da humanidade”, reforça.

Para a antropóloga, ambas as cidades sofreram um impacto positivo com este reconhecimento da cozinha mediterrânica local por parte da UNESCO. Em Tavira nota-se um reforço da componente institucional ligada à sua gastronomia, enquanto que Chef Chaouen aposta mais nos produtos locais, no turismo e na capacidade inovadora das suas empresas locais.

“Aquilo que tenho observado é que em Chef Chaouen talvez a dimensão institucional esteja menos presente mas existe a tentativa de criar uma série de produtos regionais e dotá-los por assim dizer de uma marca identitária regional. Em Tavira acho que está mais acentuada a dimensão institucional e há sobretudo uma grande colaboração com instituições como a Universidade do Algarve naquilo que é a divulgação da dieta mediterrânica enquanto produto patrimonial. Em Chef Chaouen essa dimensão não é tão visível, pelo menos para já, acho que eventualmente no futuro ela se tornará mais visível”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Academia.Edu | CRIA-IUL

Scroll to top