bioquímica,
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Ep. 356 Teresa Santos-Silva – De gás tóxico para agente anti-inflamatório. Investigadora estuda aplicação de monóxido de carbono no tratamento da artrite reumatóide

April 04, 2018

ep356_interiorAs propriedades anti-inflamatórias do monóxido de carbono estão a ser testadas por este grupo de investigação para o tratamento da artrite reumatóide.​


Teresa Santos-Silva, investigadora da UCIBIO/Requimte na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), encontra-se também a testar métodos de entrega localizada de fármacos, com o objectivo de dirigir o monóxido de carbono de forma segura até ao local onde este será aplicado.

“Estou interessada em estudar o monóxido de carbono já que este gás apesar de ser tóxico tem efeitos anti-inflamatórios. Aliás é produzido em pequenas quantidades no nosso corpo, por exemplo cada vez que temos uma nódoa negra. O meu objetivo é estudar moléculas que são produzidas no laboratório que têm a capacidade de libertar o monóxido de carbono e que podem ser úteis como agentes anti-inflamatórios. Como se trata de um gás tóxico o desafio é criar agentes que sejam seguros e que façam a entrega de monóxido de carbono no sítio onde se pretende que haja uma diminuição da inflamação”, explica.

De momento, o grupo de Teresa Santos-Silva está a focar as suas atenções na artrite reumatóide, contudo, a investigadora revela que esta abordagem no futuro pode ser utilizada também para outras doenças como o cancro, usando o monóxido de carbono como agente anti tumoral.

“O desafio seguinte é criar agentes que conseguem transportar o monóxido de carbono e entregá-lo de uma forma mais eficiente e mais dirigida aos locais de inflamação. A forma de entrega deste fármaco e do monóxido de carbono ainda está a ser desenvolvida mas uma hipótese poderia ser através de uma pomada ou de um gel, em que as partículas iriam ser absorvidas pela pele. Chegariam às articulações afetadas e os agentes anti-inflamatórios começariam a ser libertados. Aí o monóxido de carbono iria ter o seu papel anti-inflamatório desencadeando uma resposta do sistema imunitário”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | FCT NOVA

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