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Ep. 379 Isabel Cunha – O adesivo que mantem as lapas e os percebes colados às rochas pode ajudá-lo a tratar um fratura óssea

May 07, 2018

ep379_interiorEste projeto de investigação está a estudar os adesivos produzidos pelas lapas e pelos percebes com o objetivo de replicar as suas características em biomateriais com aplicação na engenharia de tecidos, na medicina regenerativa e em próteses dentárias.​


Isabel Cunha, investigadora no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto (UP), está a estudar o mecanismo de adesão de organismos que vivem colados às rochas, como as lapas e os percebes, para desenvolver biomateriais que tenham interesse para os humanos.

“Estou a estudar concretamente os percebes e as cracas. Estamos a estudar esses organismos porque nos parecem fáceis de replicar. Têm um sistema de adesão que funciona debaixo de água e que é muito forte, portanto que funciona a altas amplitudes térmicas e com fortes pressões das ondas, e parece-nos fácil de replicar comparativamente com outros organismos que têm também um sistema de adesão com sistemas bastante mais complexos”, revela.

Isabel Cunha desenvolve este projeto em colaboração com dois grupos de investigação europeus, junto do EMBRIC, o Cluster Europeu de Infra-estruturas de Investigação em Biologia Marinha.

Este cluster permitiu à sua equipa o acesso a tecnologia que lhes permitiu desenvolver o proteoma e o transcritoma das espécies. “Ou seja, as espécies têm uma glândula que produz o adesivo a chamada glândula do cimento e estamos a fazer o transcritoma, portanto, estamos a caracterizar todos os genes que existem nessa glândula, estamos a identifica-los e a sequenciá-los e depois em baixo na base do pé, para onde elas excretam o cimento, estamos a fazer o proteoma. Estamos a determinar todas as proteínas que aí se encontram”, explica.

Os resultados obtidos através destas duas técnicas permitem à equipa de Isabel Cunha perceber que genes são responsáveis pelo desenvolvimento e pela excreção do cimento.

Conhecer como as proteínas que estes genes produzem se relacionam, e como estas se fixam na base do pé destes organismos, é a chave para o desenvolvimento de novos biomateriais capazes de mimetizar este mecanismo de adesão.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | CIIMAR

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