Estes filmes vaginais vão servir como sistemas biodegradáveis de entrega de nanopartículas. Estas nanopartículas contêm fármacos capazes de imobilizar o vírus da SIDA, travando assim a infeção antes que esta entre no organismo.
José das Neves, investigador no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e do INEB da Universidade do Porto (UP), dedica-se ao desenvolvimento de estratégias para prevenção da transmissão sexual do vírus da imunodeficiência humana (VIH).
“Nós temos como objetivo principal o desenvolvimento de um produto microbicida. Estes produtos são produtos destinados à administração vaginal ou eventualmente rectal que permitem proteger o indivíduo contra a transmissão do vírus da SIDA através de um contacto sexual”, explica.
O grupo de José das Neves encontra-se neste momento a desenvolver um produto que já foi testado em ensaios pré-clínicos, quer em células, quer em animais, e que demonstrou ser seguro. “O nosso produto demonstrou ser eficaz no prolongar das concentrações dos fármacos ao nível da cavidade vaginal e portanto tem o grande potencial de proteger melhor do que um fármaco não incluído neste tipo de nanopartículas”, acrescenta.
“Este produto de que estou a falar são filmes vaginais que contêm nanopartículas. Estes filmes vaginais permitem uma administração fácil e confortável, neste caso na vagina, por parte da mulher, servindo estes filmes de plataforma de administração das partículas”, conta.
Quando na cavidade vaginal estes filmes desagregam, são dissolvidos e liberam as nanopartículas. Estas partículas vão então distribuir-se de forma uniforme e robusta por toda a cavidade vaginal, permitindo assim aumentar a probabilidade de protegerem contra o vírus da SIDA.
José das Neves garante que este tipo de produtos vão permitir uma proteção mais alargada em relação a produtos mais convencionais, existentes atualmente no mercado.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Google Scholar | i3S
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