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Ep. 388 José Laginha Palma – Novo Atlas Europeu do Vento: A maior experiência realizada em Portugal começa a dar frutos

May 18, 2018

ep388_interiorDois montes paralelos ao longo de uma extensão superior a 500 metros na Serra de Perdigão (Vila Velha de Ródão) proporcionaram as características únicas para a realização desta experiência cujos dados vão permitir atualizar as medições usadas no estudo do vento.​


José Laginha Palma, professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), foi o mentor por trás deste projeto que trouxe até Portugal grupos de investigação de oito países distintos.

“Nos últimos quinze anos tenho estado ocupado na produção e na realização de um projecto em Portugal que está a chegar à fase final de medições na Serra de Perdigão em Vila Velha de Ródão. O projeto tem a designação de Novo Atlas Europeu do Vento (NEWA sigla em inglês). É um projeto de origem europeia com a participação de grupos de vários países como a Dinamarca, a Espanha, a Alemanha, e a experiência que teve lugar em Portugal teve ainda a participação de grupos norte-americanos”, conta.

O projeto tem como principais interesses conhecer melhor a atmosfera para aplicação em energia eólica e fazer medições para melhor compreender fenómenos associados à física da atmosfera.

“Os grupos que participaram tiveram financiamento por via da energia eólica, e em Portugal faz-se sentir um pouco mais a necessidade disto, mas o conhecimento da trajectória do vento e da temperatura do ar em função da distância ao solo e em função da forma das montanhas, e da orografia, é não só importante para áreas de aplicação na engenharia eólica, mas também na investigação dos fogos florestais, da poluição, das alterações climáticas. Tudo isso é importante e é fundamental que conheçamos o regime de vento e o regime de variações de vento com a distância ao solo e em função da orografia, para melhor compreender estes fenómenos”, salienta.

Com a duração de cinco anos (2015-2019), o Novo Atlas Europeu do Vento é formado por instituições da Dinamarca, Bélgica, Suécia, Espanha, Alemanha, Letónia e Turquia. De Portugal conta com a FEUP, o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). E dos Estados Unidos participam ainda o Centro Nacional de Investigação Atmosférica e as universidades do Colorado e da Califórnia. No total, o financiamento do NEWA é de cerca de 14 milhões de euros.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | FEUP

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