Com maior incidência na ilha de São Miguel, a população açoriana continua a apresentar níveis elevados de flúor no seu organismo. Este elemento é comum em zonas vulcânicas e é uma das principais causas da fluorose dentária.
Diana Linhares, investigadora no Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR) da Universidade dos Açores (UAC), estudou os níveis de flúor na população açoriana com o objetivo de determinar se a melhoria da qualidade da água na região contribuiu para a diminuir a presença deste elemento no seu organismo.
“O flúor é um elemento natural que existe no nosso ambiente, no solo, na água, no ar e em alguns alimentos e bebidas como o chá. Nos Açores apresenta uma importância acrescida uma vez que também é um elemento presente em zonas vulcânicas e este enriquecimento tem contribuído para um aumento significativo de casos de fluorose dentária que se tem vindo a observar ao longo dos anos na região e em particular na ilha de São Miguel”, explica.
Esta problemática levou Diana Linhares a desenvolver um trabalho de investigação com uma população adulta e uma população infantil às quais foi solicitada informação sobre os seus hábitos alimentares. Foram também recolhidas matrizes de urina e de unhas dos pés.
“O que nós verificamos é que a população adulta que está numa faixa etária entre os 30 e os 45 anos ainda tem alguns diagnósticos positivos de fluorose dentária, com concentrações de fluor bem superiores em relação às crianças”, revela.
Segundo Diana Linhares, isto pode estar associado à exposição no passado a fontes de flúor, nomeadamente a água de consumo que não tinha o tratamento adequado, mas também pode estar associado a alguns hábitos alimentares como o consumo de chá.
“A população adulta na região tem por norma consumir entre três a quatro chávenas de chá por dia e era expectável que esta população tivesse concentrações de flúor mais elevadas nas matrizes quando comparada com as populações infantis”, acrescenta.
A fluorose dentária continua a ser uma preocupação entre a população adulta na região, contudo, os esforços na melhoria da qualidade da água, já permitiram que as crianças nascidas nas últimas décadas apresentem valores de flúor muito menores quando comparadas com as gerações anteriores.
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