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Ep. 395 Vítor Vasconcelos – Substância produzida por cianobactérias pode ser usada para combater o parasita da malária

May 29, 2018

ep395_interiorEste grupo de investigação descobriu uma substância produzida por cianobactérias que mostrou ser eficaz contra o parasita da Malária.


Vítor Vasconcelos, director do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (UP) e professor catedrático na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), salienta que este estudo já despertou o interesse de um grupo industrial no Brasil que, juntamente com o CIIMAR, está a trabalhar na formalização de uma patente para a produção de medicamentos contra a malária com base nesta descoberta.

“No nosso laboratório temos a capacidade de estudar diferentes tipos de bioactividade, ou seja, partindo das cianobactérias e dos produtos que elas produzem nós podemos testar por exemplo, efeitos anticancerígenos, efeitos antimicrobianos, efeitos anti-obesidade mas também efeitos anti-parasíticos”, refere.

As cianobactérias são bactérias que têm a capacidade de produzir fotossíntese, foram, de facto, os primeiros organismos no planeta que produziram oxigénio e é graças a elas que hoje em dia temos um planeta rico em oxigénio.

Apesar do papel que as cianobactérias têm na produção de oxigénio, estas também produzem substâncias que podem ter aplicações biotecnológicas muito importantes em diversas áreas, como na saúde, no ambiente, e em vários tipos de indústria. Um dos grupos de investigação do CIIMAR está a estudar a capacidade que estes organismos têm na produção de substâncias com aplicação biotecnológica de uma forma sustentável.

O grupo de investigação de Vítor Vasconcelos cultiva uma série de estirpes de cianobactérias no seu laboratório, com o propósito de testar as substâncias que cada estirpe produz nas mais diversas aplicações.

“Neste caso ao testarmos uma série de estirpes que tínhamos em cultivo no laboratório contra o parasita da malária encontrámos substâncias muito activas contra este parasita. Com isso conseguimos produzir uma patente internacional e estamos em contactos com um grupo industrial no Brasil de forma a podermos avançar com esta patente e eventualmente produzir um novo medicamento contra a malária”, reforça.

Esta descoberta ainda carece de ser testada em ensaios clínicos, contudo, os seus resultados apresentam-se como promissores.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | FCUP | CIIMAR

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