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Ep. 4 Zita Martins – Astrobióloga portuguesa no caminho para a descoberta das origens da vida

November 24, 2016

ep004_interiorQual a origem da vida na Terra? Pode haver vida nos nossos vizinhos do Sistema Solar? Para a astrobióloga Zita Martins, que trabalha no Imperial College em Londres, a resposta a estas questões pode encontrar-se em meteoritos, asteróides e cometas.


A descoberta de moléculas com origem extraterrestre no meteorito Murchison foi um dos marcos que definiram a carreira da primeira astrobióloga portuguesa. “O tipo de moléculas que detectámos são os componentes essenciais da célula, não detectámos material genético nem proteínas, mas sim aminoácidos, que fazem parte das proteínas, bases nitrogenadas, açúcares e fosfatos que compõe o esqueleto da dupla hélice do ADN”, explica Zita Martins.“É como se fossem as impressões digitais que potencialmente uma forma de vida pode deixar. Mas até hoje ainda não detectámos vida extraterreste em asteróides, cometas ou meteoritos. Apenas detectámos moléculas orgânicas”.

Zita Martins conseguiu provar que as moléculas descobertas não tinham origem na Terra. “Quando analiso uma amostra extraterrestre, e tento ver que moléculas orgânicas é que estão presentes nesse meteorito, a primeira coisa que tenho que ver é se essa molécula é extraterrestre ou não. Há determinadas moléculas que existem de duas formas, a forma esquerda e a forma direita, como as nossas mãos. Por exemplo, os aminoácidos podem existir, de forma simplística, dessas formas. Na Terra todos os seres vivos usam a forma ‘esquerda’ ou L do aminoácido, contudo, quando analisamos um meteorito temos várias formas, a forma L e a forma D. Portanto quando analisamos estas moléculas tentamos ver qual a proporção de D e L, para tentar perceber se é extraterrestre ou não”.

Envolvida em várias missões espaciais, Zita Martins colabora regularmente com a Agência Espacial Europeia e com a NASA. Actualmente, encontra-se empenhada em desenvolver uma missão a Europa, uma lua gelada de Júpiter, com lançamento previsto para 2030.

Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedIn | ResearchGate | Imperial College

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