Este projeto ambiciona desenvolver leite rico em iodo através do registo de regiões demarcadas de pastagem rica em iodo no arquipélago açoriano.
Armindo Rodrigues, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade dos Açores (UAC) e investigador do Instituto de Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR) da mesma universidade, está a desenvolver o projeto Lactis+ com o objectivo de analisar o nível de iodo dos solos de pastagem na ilha de São Miguel.
“Este projeto que se chama Lactis+ surgiu porque nos Açores existe uma carência bastante acentuada de iodo na população. Há produtos que são reconhecidamente ricos em iodo algumas espécies de peixe, algas, mas também os produtos lácteos que nos Açores representam em termos de produção nacional uma percentagem bastante elevada. Estamos a falar de cerca de 30% do total de produtos lácteos produzidos em Portugal”, conta.
A ideia deste projeto é procurar perceber se alguma destas regiões pode produzir leite naturalmente mais rico em iodo. A equipa de Armindo Rodrigues estudou primeiro os solos da ilha em várias zonas. Os resultados desta análise confirmaram que de facto existem solos muito ricos em iodo e também zonas com solos muito pobres.
“Até agora os dados são muito promissores e este ano vamos entrar já no estudo do leite”, avança.
Neste momento já foram estabelecidas zonas delimitadas, definidas com níveis muito elevados de iodo, quer no solo, quer na erva, visto que zonas com solos ricos em iodo produzem erva rica em iodo.
“Já temos amplamente definidas zonas que são claramente ambientalmente mais ricas em iodo, e que, em princípio, vão produzir um leite também ele mais rico em iodo e que possa ser tratado de forma separada, sem se misturar com todo o leite que é produzido na ilha”, revela.
Este leite poderá depois ser comercializado como um produto premium rico em iodo.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | UAC
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