Numa perspetiva de economia circular, este estudo quer usar restos da produção e da vinificação do vinho para produzir compostos avançados com o potencial de serem usados na indústria alimentar como estabilizadores de cor.
Victor Freitas, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e investigador do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV REQUIMTE), está a desenvolver este projeto com o objetivo de reaproveitar subprodutos da vinha e do vinho, como as linhas de poda, o bagaço e o engaço, que resultam em grandes quantidades da vinificação do vinho.
“Todo o trabalho que tem sido desenvolvido tem várias vertentes, uma tem a ver com a utilização da lenha da poda para retirar uma camada particular de compostos que é a lenhina que tem propriedades importantes para estabilizar a cor de determinados pigmentos”, conta.
O laboratório de Victor Freitas tem utilizado este tipo de substâncias para tentar não só estabilizar a cor mas também intensificar ou potenciar a cor destes pigmentos.
“Isso é importante do ponto de vista da indústria porque um dos problemas que a indústria alimentar tem relativamente aos corantes é a estabilidade da cor durante o período de tempo de prateleira do alimento para tentar que essa cor se mantenha atrativa para o consumidor”, explica.
Neste momento a equipa de Victor Freitas já desenvolveu a tecnologia de potenciação e aplicação das substâncias que interferem na estabilização da cor, confirmando assim a prova de conceito.
“É um projeto que acho que ainda tem muito que dar porque apesar dos resultados até agora serem muito positivos, temos estado a trabalhar à escala laboratorial e o problema é que se quisermos fazer um upscale e aumentar isto para a escala industrial vai requerer obviamente uma abordagem diferente daquilo que vimos a fazer”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: FCUP
Related Episodes
