A diversidade genética da população cubana, motivada pelas origens africanas e europeias dos seus habitantes, pode ajudar a compreender como as populações dos países europeus reagiriam a uma eventual epidemia de febre do Dengue.
O projeto de Luísa Pereira, investigadora do i3S – Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto, tem como objetivo ver de que modo a febre do Dengue pode afetar as populações europeias. Para tal, foi realizado um estudo genético da população cubana, de forma a identificar a existência de um gene capaz de proteger contra a febre da Dengue.
A sua equipa descobriu um gene relacionado com o metabolismo dos lípidos e com diversidade ligada à ancestralidade africana, que pode ser o responsável por uma maior protecção deste grupo contra a doença.
“Os médicos em Cuba já tinham descrito a nível epidemiológico que os cubanos que tinham principalmente ancestralidade europeia ficavam mais doentes pela febre do Dengue e manifestavam as suas formas mais graves, enquanto os cubanos com ancestralidade principalmente africana não ficavam tão doentes e não manifestavam em geral as formas graves da doença”, descreve.
Luísa Pereira teve então a oportunidade de avaliar o efeito da ancestralidade nesta susceptibilidade à febre da Dengue, através do gene que identificou: “Estes resultados genéticos vêm então confirmar e dizer-nos quais são as proteínas que são importantes no metabolismo dos lípidos que está relacionado com esta doença.”
Para a investigadora, o controlo do metabolismo dos lípidos pode ser um alvo terapêutico muito importante na resposta ao tratamento contra a febre da Dengue.
Saiba mais sobre a investigadora em: i3S