Este projeto vai analisar como a guerra colonial é relembrada no período pós-guerra desde 1974 até à atualidade. Além de Portugal vão ser analisadas as memórias da guerra em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, e dos movimentos de libertação em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Miguel Cardina, historiador e investigador do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC), está neste momento a coordenar um projeto de investigação financiado pelo conselho europeu de investigação (ERC, sigla em inglês) intitulado “CROME – Memórias cruzadas, políticas do silêncio. As guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais”.
“É um projeto grande de cinco anos com uma equipa de nove pessoas e que pretende no fundo fazer uma história da memória da guerra colonial e da luta de libertação. Poderíamos dizer que é uma história da guerra depois da guerra. Seria uma espécie de a história da guerra colonial 1974/75 a 2018”, salienta.
Este projeto tem como um dos seus eixos principais perceber como as representações e as leituras do passado da guerra vão evoluindo nos últimos quarenta anos e, por outro lado, fazê-lo numa perspectiva comparada.
“Queremos observar essas mudanças em Portugal mas também nas antigas colónias africanas Angola, Moçambique e Guiné-Bissau onde existiu luta armada no território mas também em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe, uma vez que não tendo havido luta armada no fundo o idioma anti-colonial faz parte do processo de constituição daquelas nações”, reforça.
Ainda numa fase inicial o projeto CROME já resultou na publicação do livro “As Voltas do Passado: A Guerra Colonial e as Lutas de Libertação”, publicado pela editora Tinta-da-China.
Saiba mais sobre o investigador em: Google Scholar | Academia.edu | CES
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