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Ep. 434 Luísa Custódio – Entre as dunas algarvias escondem-se plantas que em breve podem estar no seu prato

July 23, 2018

ep434_interiorAlgumas plantas nativas ao Algarve têm propriedades que as permitem viver em locais com altos teores de sal. Estas plantas têm um potencial nutritivo e biotecnológico que começa agora a ser explorado.​


Luísa Custódio, investigadora no Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg), estuda as possíveis aplicações para estas plantas algarvias.

“Trabalho com plantas halófitas, estas plantas conseguem viver, reproduzir-se e completar todo o seu desenvolvimento em zonas com sal, como por exemplo o sapal. São plantas que se podem encontrar nas dunas, nas zonas circundantes de salinas e etc. O que as torna tão especiais é que para elas se conseguirem desenvolver nestas condições tão hostis quer em termos de concentração de sal no solo e na água, quer como a exposição a radiação ultravioleta, elas produzem compostos que as permite defender destas condições”, explica.

Estes compostos para além de conseguirem proteger a planta, apresentam também propriedades que os tornam interessantes quer para a melhoria da saúde humana, quer para a saúde animal. Luísa Custódio quer assim estudar de que forma podemos utilizar estas plantas quer para nutrição das pessoas, quer para aplicações veterinárias.

“Já temos selecionadas várias espécies que são muito interessantes do ponto de vista nutricional, elas são edíveis, são comestíveis, e muitas delas até já são conhecidas e compradas pelos consumidores e são apreciadas por chefs de cozinha. Temos várias identificadas que têm propriedades muito interessantes para a melhoria da saúde humana, foi já identificada nestas plantas atividade antioxidante, mas também atividade anti-inflamatória”, revela.

Luísa Custódio refere que estas plantas halófitas têm potencial de aplicação na área da cosmética, com propriedades que as tornam interessantes para serem utilizadas em produtos anti-envelhecimento, na regeneração da pele, ou na proteção das radiações UV.

Estas plantas podem ainda ser utilizadas em situações de hiperpigmentação para evitar a acumulação de pigmentação na pele.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar | CCMAR

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