história da ciência,
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Ep. 436 Ana Duarte Rodrigues – Este projeto quer fazer regressar as plantas nativas aos jardins do Algarve

July 25, 2018

ep436_interiorOs paraísos tropicais com extensos relvados e palmeiras são hoje um lugar-comum na paisagem algarvia. O clima do Algarve torna estas plantas insustentáveis pois estas precisam de elevadas quantidades de água para sobreviver. Esta investigação propõe assim substituir estas plantas exóticas por plantas nativas à região.​


Ana Duarte Rodrigues, professora auxiliar do Departamento de História e Filosofia das Ciências da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e investigadora do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT), quer tornar a paisagem algarvia mais sustentável com recursos a espécies de plantas nativas à região.

“A insustentabilidade da paisagem algarvia está diretamente relacionada com a perca da sua identidade, porque se se respeitasse a identidade da paisagem, ou seja, se se acarinhasse as espécies que lá tivessem existido durante séculos não iríamos importar um modelo de paisagem, um modelo de jardim que está na verdade espalhado por todo o Mundo, que é um modelo que está um pouco conhecido como Tropical Paradise, paraísos tropicais que se criaram um pouco por todo o Mundo cuja composição é realizada com grandes relvados, palmeiras e piscinas azuis turquesa e que tanto estão aqui como na Tailândia”, salienta.

As características biofísicas do Algarve como o clima, a qualidade do solo e a disponibilidade de água, tornam estes paraísos tropicais insustentáveis.

Ana Duarte Rodrigues recorreu a informação histórica, com base em tratados e em documentação antiga, sobre as plantas que existiram na região do Algarve ao longo dos séculos, e sobre técnicas hortícolas antigas e sistemas de irrigação tradicionais, para desenvolver este projeto com o objetivo de encontrar as plantas mais adequadas para substituir estes paraísos tropicais e criar jardins sustentáveis e adaptados ao clima da região.

“E é isso que estamos agora a testar, a ver como é que as plantas autóctones em comparação com outras reagem consoante os diferentes tipos de irrigação”, reforça.

Saiba mais sobre a investigadora em: DeGóis | ORCID | CIUHCT

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