Este projeto está a usar fitoplâncton, microorganismos capazes de produzir oxigénio, para captar o som da fotossíntese. O som emitido pelo fitoplâncton pode dar-nos informação sobre a qualidade da água onde este foi recolhido. Além das óbvias aplicações em análise de impacto ambiental, este parâmetro pode ser aplicado em sistemas de aquacultura para medir a qualidade da água presente nos tanques.
Rui Borges, investigador do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) e docente na Universidade do Algarve (UAlg), está atualmente a desenvolver um projeto com colegas biólogos do CCMAR para estudar a eficiência fotossintética do fitoplâncton.
O fitoplâncton abrange um grupo de microorganismos capazes de fazer a fotossíntese e que estão praticamente em todas as águas livres. Estes microorganismos são muito sensíveis ao ambiente que os rodeia, e em particular à qualidade da água. Devido a isto, a saúde fitoplâncton apresenta-se como um potencial indicador da qualidade da água.
Para conhecer a saúde do fitoplâncton é necessário medir um parâmetro denominado por eficiência fotossintética, ou seja, quanta da luz que recebem é aproveitada para fazer fotossíntese.
Se tivermos uma ideia do estado que é considerado normal do fitoplâncton numa determinada amostra de água, se medirmos a sua eficiência fotossintética e virmos que eles estão mais doentes do que habitualmente então a água estará contaminada.
Segundo Rui Borges, um nível maior de eficiência fotossintética pode nem sempre ser positivo. “Se eles estiverem particularmente saudáveis isso poderá ser um indicador de que vem aí um daqueles fenómenos de proliferação de algas nocivas, aquelas que libertam toxinas e que estragam os bivalves”, explica.
Um dos objetivos mais importantes deste projeto a longo prazo será a capacidade de prever a ocorrência destes fenómenos de proliferação de algas nocivas, através da análise deste parâmetro de eficiência fotossintética.
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