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Ep. 442 Marina Cabral Pinto – Idosos de Estarreja apresentam níveis elevados de metais no seu organismo

September 04, 2018

ep442_interiorEste estudo encontrou níveis elevados de cádmio, alumínio e zinco em amostras biológicas de cerca de 100 idosos residentes em Estarreja. Níveis elevados destes metais estão ligados a doenças neurodegenerativas como a demência e a doença de Alzheimer.​


Marina Cabral Pinto, investigadora da Unidade GeoBioTec da Universidade de Aveiro (UA), crê que a presença de níveis elevados destes metais no organismo destas pessoas se deve à contaminação dos solos e das águas subterrâneas por fertilizantes agrícolas, e como resultado das indústrias químicas existentes na região.

“O nosso interesse em estudar os casos de demência e da doença de Alzheimer na região de Estarreja teve a ver com o facto de recentemente estudos internacionais demonstraram que há uma ligação entre a neurobiologia dos metais e o desenvolvimento destas doenças, e portanto quisemos ir testar nos idosos essa prevalência ou não”, explica.

O grupo de Marina Cabral Pinto escolheu cerca de 100 idosos com mais de 55 anos naturais de Estarreja, que foram submetidos a uma bateria de testes neuropsicológicos. Em simultâneo, foram também colhidas amostras de matrizes biológicas como sangue, urina, unhas e cabelo.

“Verificámos que as pessoas residentes em Estarreja continham teores elevados de metais, em particular cádmio, alumínio, e um pouco de zinco. Esses teores estavam relacionados com o declínio da demência, portanto as pessoas que apresentavam maiores teores destes elementos químicos apresentavam também um declínio cognitivo superior àquelas que não continham estes elementos”, salienta.

As pessoas mais afetadas em termos cognitivos foram aquelas que trabalhavam quer na indústria, quer na agricultura, estando assim mais vulneráveis à contaminação por estes metais.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate

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