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Ep. 441 Paula Morais – Microorganismo do fundo do mar guarda segredo para limpar os resíduos das minas de tungsténio

August 01, 2018

ep441_interiorTambém conhecido como volfrâmio, o tungsténio é um metal muito utilizado no nosso dia-a-dia, desde a produção de lâmpadas, à joelharia, chegando até à indústria do armamento. Contudo, o processo de extração de tungsténio não é 100% eficiente. Isto leva a que grandes quantidades deste metal acabem perdidas por entre as toneladas de resíduos produzidos durante a sua mineração.​


Paula Morais, investigadora do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE) da Universidade de Coimbra (UC), está a estudar um microorganismo encontrado no fundo do mar capaz de extrair tungsténio do seu ambiente. A investigadora quer aproveitar as propriedades deste microorganismo para desenvolver um processo de extração de tungsténio a partir dos resíduos da sua mineração.

“Somos um grupo de microbiologia ambiental e o nosso objetivo neste momento é encontrar microorganismos capazes de acumular tungsténio. Começámos por isolar microorganismos vindos do fundo do mar quando integrámos uma missão da extensão da plataforma continental e ao irmos nessa missão fomos capazes de isolar microorganismos do fundo do mar numa zona de vulcões submarinos”, começa por explicar.

Entre os microorganismos isolados, Paula Morais verificou que estes eram resistentes a metais, entre eles o tungsténio. Isto significa que estes organismos não só apresentam uma elevada resistência a este metal, como também são capazes de tomar tungsténio do ambiente e de o acumular no seu interior.

Esta característica destes microorganismos faz com que eles possam vir a ser utilizados como biofiltros de tungsténio num ambiente contaminado com este metal, como as montanhas de resíduos produzidos pelas minas de tungsténio.

“Hoje em dia estamos a otimizar os processos de modificação genética da bactéria Escherichia coli (E. coli) utilizando genes do nosso microorganismo ambiental. O objetivo é otimizar estes processos de filtração para que possam vir a ser mais tarde uma boa ferramenta numa estratégia de economia circular com menos resíduos e maior otimização de recursos”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | UC

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