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Ep. 446 José António Teixeira – Projeto quer usar microrganismos para “rapar o tacho” dos poços de petróleo

September 10, 2018

ep446_interiorO processo de extração de petróleo deixa sempre alguns restos grudados à parede do poço. Este projeto quer usar microrganismos para desenvolver biosurfatantes capazes de recolher estes restos de petróleo das paredes dos poços.​


José António Teixeira, professor do Departamento de Engenharia Biológica da Universidade do Minho (UM) e investigador do Centro de Engenharia Biológica (CEB), está a desenvolver o projeto MEOR, com o objetivo de desenvolver uma uma técnica que pretende utilizar microrganismos para extrair o petróleo residual que fica nos poços depois do processo principal de extração.

“O que acontece no processo de extração do petróleo, que como se sabe é um processo por pressão, é que, como em qualquer processo, o material está agarrado à parede e aquele que está mais agarrado fica preso. É uma percentagem importante ainda do petróleo existente no poço e portanto é desejável que haja uma coisa que descole o petróleo residual que ficou preso”, explica.

Atualmente já existem diferentes estratégias para recolher este petróleo residual. Estas estratégias passam pelo uso de vapor de água, de polímeros, ou de sulfatantes, onde se incluem os biosurfatantes.

Os biosurfatantes são compostos químicos produzidos por microrganismos que têm a capacidade de facilitar a remoção do petróleo que ficou aderido à rocha após o processo de extração.

“Temos tido resultados relativamente interessantes quanto à aplicação destes sulfatantes na extração de petróleo quer fazendo a produção de sulfatante no exterior e aplicando diretamente numa pequena unidade piloto laboratorial em que simulamos um poço de petróleo, quer injetando o microrganismo diretamente nessa tal unidade que simula o poço e avaliando assim a melhoria no processo de extração”, refere.

José António Teixeira afirma que os resultados obtidos até ao momento são muito interessantes em termos da eficiência e do ganho do processo extrativo.

“Nesta fase estamos a avançar para complementar a aplicação dos biosurfatantes com outras estratégias para ver se conseguimos aumentar ainda mais a eficiência do processo, com o objetivo de viabilizarmos economicamente a solução proposta”, conclui.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | CEB

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