A subida do nível médio de água do mar está a provocar uma aceleração na intensidade de erosão das arribas algarvias entre Lagos e Olhos de Água. Este estudo quer conhecer como estão a evoluir estes processos com o objetivo de identificar as arribas com o maior perigo de queda.
Delminda Moura, investigadora no Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve (UAlg), espera poder aplicar o conhecimento obtido nesta investigação para desenvolver sugestões de melhoria das estratégias de ordenamento do litoral algarvio.
“O meu campo de investigação são os processos e os mecanismos que contribuem e forçam a erosão das arribas, principalmente no sector central do Algarve entre Lagos e Olhos de Água que é onde, atendendo à natureza do substrato da rocha, as arribas são mais vulneráveis a movimentos de massa, isto é, a quedas”, explica.
O contributo de diversos mecanismos e processos nestas costas é um processo complexo. Além das ondas e das correntes que atuam na base das arribas, as condições meteorológicas e a precipitação também contribuem para a erosão dos estratos rochosos.
Contudo, um dos aspetos mais importantes para a queda das arribas é a fracturação, ou seja, a quantidade de falhas e de fraturas que afeta as rochas e que potenciam a queda das arribas.
A fracturação, aliada aos processos naturais de erosão, é responsável pelos movimentos de massa que originam deslocamentos de grande quantidade de rochas do topo da arriba para a base.
“Vivemos um momento de intensa erosão das arribas rochosas e de recuo da linha de costa. Este é um processo presentemente muito ativo e uma vez que o nível médio do mar se encontra a subir e se espera que acelere já a curto prazo é fundamental perceber estes mecanismos de modo a que o conhecimento que nós vamos adquirindo sirva para o ordenamento da costa e do litoral algarvio”, alerta.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | UAlg | CIMA
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