ciências da comunicação,
90 seg

Ep. 466 Carla Cerqueira – Como comunicam as ONG ligadas à cidadania e igualdade de género?

October 08, 2018

ep466_interiorA falta de recursos humanos e económicos, aliada a uma estratégia de comunicação não profissional, faz com que as ONG ligadas à cidadania e igualdade de género tenham dificuldade em colocar as suas temáticas na agenda mediática.​


Carla Cerqueira, investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho (UM) e docente na Universidade Lusófona do Porto (ULP), está a desenvolver um projeto de pós-doutoramento financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) com o objetivo de conhecer as estratégias de comunicação das organizações não-governamentais (ONG) ligadas à cidadania e igualdade de género.

“Este projeto tenta cruzar as estratégias de comunicação das ONG ligadas à cidadania e igualdade de género em Portugal e como é que elas comunicam quer a nível interno, quer a nível de comunicação externa, nomeadamente com os media”, explica.

Como tentam ser notícia? De que forma avaliam a cobertura noticiosa que é feita? Como são vistas no seio das redações as temáticas ligadas à cidadania e à igualdade de género?

Para responder a estas questões, Carla Cerqueira esteve em contacto com as ONG para conhecer de perto as suas estratégias de comunicação, e com os media para observar como estas temáticas são analisadas dentro das próprias redações.

“O que nós encontramos em termos de principais conclusões é que da parte das ONG existe uma necessidade da profissionalização da comunicação porque elas muitas vezes não sabem como colocar estes temas na agenda noticiosa. Estas dificuldades surgem pela escassez de recursos quer económicos quer humanos e isso vai-se refletir precisamente naquilo que depois também encontramos em termos das redações”, conta.

Carla Cerqueira refere que estes temas ligados à igualdade de género não são vistos como uma prioridade dentro da agenda noticiosa e que quando estes aparecem, existe uma clara hierarquização das ONG que os jornalistas optam por contactar.

“Só aquelas ONG que têm uma estrutura de comunicação já montada e que são de grande dimensão é que conseguem ser tidas como fontes de informação dentro da redação, e que conseguem assim ver as suas temáticas ter visibilidade nas notícias”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Academia.edu | ULP

Scroll to top