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Ep. 470 Luís Carlos – Projeto conseguiu medir a velocidade browniana de uma nanopartícula

October 12, 2018

ep470_interiorEsta investigação conseguiu mostrar que a medida da temperatura de nanofluídos, realizada através da emissão de luz (luminescência) pelas nanopartículas em suspensão, permite calcular a velocidade instantânea de nanopartículas com diferentes tamanhos e formas.​


Esta velocidade instantânea de nanopartículas é conhecida por movimento browniano. Luís Carlos, investigador no CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e professor no Departamento de Física da Universidade de Aveiro (UA), com o apoio de Xiaogang Liu, do Departamento de Química da National University of Singapore, juntamente com investigadores da Universidade Nanjing Tech (China).

O movimento Browniano é o movimento aleatório de partículas em suspensão num líquido ou num gás, resultante da colisão destas partículas com as moléculas do fluído.

“Trabalhamos com materiais que emitem luz quando são excitados também por luz por um processo que é vulgarmente denominado por luminescência. Este processo tem várias aplicações, uma das aplicações que nos interessa em particular é usar esta emissão de luz para ter acesso a propriedades locais dos materiais. Uma das propriedades que conseguimos medir é a temperatura local das nanopartículas. Através da emissão de luz das nanopartículas usamos a cor para medir a temperatura local”, explica.

Esta capacidade de medir o movimento browniano de partículas suspensas em fluídos tem aplicação, por exemplo, na área da refrigeração de motores e de processos industriais.

A forma como as nanopartículas interagem com nanofluídos influencia a propriedade dos mesmos podendo assim aumentar a sua condutividade térmica.

Segundo Luís Carlos é hoje aceite que nanofluídos, fluídos com nanopartículas no seu seio, têm uma condutividade térmica superior ao fluído isolado.

Estes fluídos são usados maciçamente para arrefecimento de motores e de processos industriais, e sendo esta uma área crucial para um funcionamento mais eficiente destes processos, é assim importante desenvolver fluídos com uma condutividade térmica mais eficiente.

Para tal é necessário identificar as nanopartículas que melhor contribuem para estas propriedades.

 “Se eu tiver um fluído com uma condutividade térmica superior aos fluídos convencionais eu vou poder dissipar energia mais eficientemente porque vou gastar menos energia para arrefecer a minha instalação fabril ou o meu motor”, reforça.

Com este conhecimento será possível desenvolver nanofluídos com uma maior condutividade térmica que os fluídos de refrigeração que hoje existem no mercado. Desta forma será possível desenvolver sistemas de menor dimensão, mais eficientes e com menores exigências energéticas.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | CICECO

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